e-Commerce 2015: 5 dicas de como vender para a classe C

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Quem não adaptar o seu e-commerce para vender para o povão dificilmente vai acompanhar o crescimento do setor nos próximos anos. O alerta é de Renato Meirelles, CEO do Data Popular, que apresentou o potencial e as oportunidades da ascensão da classe C, chamada agora de “nova classe média” durante o evento  e-Commerce Brasil realizado em São Paulo.

“Se há 10 anos a internet era dominada pelas classes A e B, hoje a situação se inverteu. Dos 71 milhões de adultos internautas, 54% são da classe C, com renda familiar mensal de até R$ 4,5 mil”, ressalta. “A internet não é mais da elite, é do povão.”

Segundo Meirelles, é dessa faixa sócio-econômica que provém a maior parte dos 9 milhões de consumidores que  devem fazer compras pela primeira vez no e-commerce e cujo poder de compra cresce cada vez mais. “A classe C movimenta R$ 63 bilhões por ano. Se fosse um país, já faria parte do G-20 do consumo mundial”, reforça o CEO do Data Popular. Estimativas apontam que o mercado voltado para esse público pode chegar a R$ 1,17 trilhão.

Para ele, o grande desafio das empresas de e-commerce é romper o preconceito e estudar os hábitos desses consumidores. Diferentemente das classes A e B, o consumidor da classe C se preocupa muito mais com a praticidade, se o produto que está adquirindo vale o preço.

“Ao me ensinar porque um celular Hi-Phone chinês de quatro chips era muito melhor do que um smartphone top de linha, o porteiro do meu prédio me deu uma das maiores lições que já tive sobre como o consumidor da classe C  pensa”, conta Meirelles. “Para que ostentar um celular de milhares de reais se um Hi-Phone, além de funcionar bem, permitia usar chips de todas as operadoras e falar com seus parentes e amigos de graça?”

Para Silvio Tanabe, consultor da agência Clínica Marketing Digital, preço e ofertas são essenciais, mas não suficientes para atrair e conquistar os consumidores da nova classe média. “O comprador da classe C é desconfiado e valoriza muito o seu dinheiro conquistado com muito esforço e suor, por isso a comunicação e a publicidade devem respeitar essas características”, avalia. A seguir, ele apresenta cinco recomendações essenciais para o e-commerce atender esse público:

1) É preciso demonstrar para o consumidor que o produto é o melhor que o dinheiro dele pode comprar, por isso  é importante destacar as características práticas e funcionais nas descrições de produto e fotos.

2) O celular já é o principal meio de acesso à internet, então adapte o site da sua loja para abrir em diversos tipos de telas (responsividade), facilitando o acesso às principais informações. Faça você mesmo o teste: abra o seu site em diversos tipos de smartphones, tablets e celulares e veja se consegue acessar. Se está tendo dificuldades, entre em contato com o desenvolvedor e providencie as mudanças.

3) Destaque o parcelamento facilitado e, por outro lado, o desconto para pagamentos à vista e no boleto para que o consumidor avalie o que traz mais benefícios para ele.

4) Muitos consumidores vão fazer sua primeira compra na internet e podem ter dificuldades, desconfiar da segurança ou mesmo da existência da loja. Tenha os contatos de atendimento sempre bem visíveis em todo o site, de preferência um telefone fixo.

5) A grande maioria dos jovens que passa mais tempo conectada ao Facebook é da classe C. Por isso é importante marcar presença nas redes sociais para ganhar visibilidade.