A Amazon está impactando quase todos os cantos do mundo do varejo e a sua entrada da Amazon no Brasil reestrutura a dinâmica de compras, mexe com a cadeia de suprimentos e exerce uma enorme pressão de preços e margens.
Mais de 43% do faturamento online americano pertence à Amazon e mais da metade dos consumidores pesquisam por produtos na Amazon ao invés de utilizar o Google, segundo o portal campaignlive.co.uk. E como se não fosse suficiente a empresa resolveu expandir o business e recentemente comprou a Whole Foods, rede de supermercado multinacional de produtos naturais e orgânicos, por $13,7 bilhões e já mostrou competitividade no tempo de entrega e nos preços reduzidos.
Para a realidade do mercado online dos Estados Unidos e do Reino Unido, a Amazon já faz parte da estratégia de mídia digital, e no Brasil não deverá ser diferente. Ebit mostra que mais de 25% das vendas do comércio eletrônico no Brasil são feitas através de marketplaces, e a previsão é de chegar a 40% no fim de 2018 e a 50% em 2019.
Mas, e qual o impacto da Amazon no Brasil até o momento?
A operação da Amazon no Brasil começou pelo segmento de livros há 5 anos, e em outubro de 2017 expandiu para Eletrônicos, itens de cozinha, entre outras subcategorias. De acordo com o portal de notícias retaildive.com, foram 110 mil produtos inclusos em Eletrônicos, como smartphones e acessórios, TVs, notebooks, câmeras, videogames, computadores, impressoras, som, tablets, sendo Sony, Samsung e Motorola as principais marcas.
Segundo o Google, já é possível perceber o impacto no volume de pesquisas por Amazon no Brasil, o qual subiu 27% nos últimos 3 meses após o lançamento da categoria de Eletrônicos. Esse número só tende a aumentar à medida que os brasileiros forem impactados pelo Amazon Effect – que representa a evolução contínua e a interrupção do mercado varejista, tanto online como em lojas físicas, resultantes do aumento do comércio eletrônico.
E ainda de acordo com a Similar Web, com dados de outubro a dezembro de 2017, o volume de tráfego online na Amazon Brasil já representa 50% do tráfego da Magazine Luiza, que possui uma consolidação no mercado brasileiro há anos.
Então, recapitulando, temos 3 grandes indicativos de que o cenário para a Amazon Brasil é extremamente positivo:
- Marketplace deve chegar a 40% no final de 2018 e 50% em 2019;
- Volume de pesquisas por Amazon aumentou 27% nos últimos 3 meses.
- O tráfego online da Amazon já representa 50% do tráfego da Magazine Luiza.
Quem já está anunciando na Amazon?
Desde a entrada da categoria de Eletrônicos, as ofertas da Amazon têm sido agressivas para os lojistas, a qual estaria negociando uma taxa de comissão de 10%, sem cobrança de antecipação de recebíveis, enquanto as suas concorrente diretas, como a B2W, trabalham com taxas de 12%, segundo informação da Gazeta do Povo.
Considerando pesquisas por palavras-chave de algumas categorias na Amazon Brasil, foi possível perceber que grande parte dos players são ainda de pequeno a médio porte. Entre os que estão liderando nas primeiras páginas de resultado para as respectivas buscas, são:
TV | Smartphones | Notebooks |
TaQi | Magazine Gaya | Bits & Bytes tecnologia |
Mega Mamute | Girafa | Sir Tecnologia |
Iniciativa Vertical | Webfones | Discultura |
Grande Eletro | WebTudo | IB Importação |
Intersolução | Clubnet | Infoprime |
Prime15 | Discultura | PC Informática |
Girafa | EletroStore | Salão da Informática |
Então, a Amazon é uma opção para os varejistas no Brasil?
Eu diria que mais do que uma opção é uma necessidade emergente, pois será questão de tempo até a Amazon se consolidar no Brasil, assim como nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Para os varejistas de menor porte ou menos conhecidos, eu diria que a necessidade é ainda mais urgente, pois existe uma oportunidade latente para criar reputação através de reviews enquanto a competitividade no marketplace ainda é baixa. Ou seja, ainda que sua empresa possa ser menor ou menos reconhecida no mercado, se seu produto tiver bom volume de reviews positivos o consumidor estará mais propício a comprar da sua empresa, mesmo com o aumento posterior da concorrência. Isso porque para boa parte dos consumidores não importa quem é o lojista, já que para ele quem está vendendo é a Amazon.
Para as agências de marketing digital, a oportunidade está em dar suporte aos lojistas nas estratégias de campanha dentro do marketplace, visto as novas funcionalidades emergindo na Amazon Advertising Platform.