Por Stephen Orban, Head of Enterprise Strategy
“I am free, no matter what rules surround me. If I find them tolerable, I tolerate them; if I find them too obnoxious, I break them. I am free because I know that I alone am morally responsible for everything I do.”
― Robert A. Heinlein
Bons líderes impõem regras. Excelentes líderes sabem quando as regras antigas perdem o valor e quando é hora de criar novas regras. Às vezes é realmente necessário quebrar as regras. Mas antes de quebrá-las ou criá-las, os líderes excelentes que desejam influenciar a mudança comportamental em toda a organização devem primeiro conhecer as regras existentes e depois decidir sobre possibilidades, cronograma e métodos para alterá-las.
Liderar uma organização durante sua Jornada para a nuvem é uma das melhores oportunidades que os líderes em tecnologia terão para criar novas regras. Eu até afirmaria que um Chief Change Management Officer (CCMO™ – Diretor de gerenciamento de mudanças) que se tornou executivo de tecnologia tem a obrigação de inspecionar seus processos e determinar as regras que ainda são apropriadas para gerir uma empresa habilitada para a nuvem.
Novas regras para novas missões
Muitos de nós estamos familiarizados com estruturas baseadas em processos, como ITIL, ITSM e planejar-criar-executar. Elas foram desenvolvidas durante as últimas décadas para padronizar o modo como a TI era fornecida e operada nas grandes organizações. Os criadores dessas diversas estruturas se orgulhavam de sua capacidade de aprimorar certa combinação de eficiência, qualidade e custos por meio da definição clara de funções, responsabilidades e processos na organização.
Essas metodologias faziam sentindo quando todos as usavam para administrar atividades similares, como gerenciamento de infraestrutura. Mas atualmente, as empresas buscam cada vez mais se concentrar nas atividades que agradam seus clientes e diferenciam sua organização: a Talen Energy deseja se dedicar à geração de energia de um parque de usinas elétricas que usam fontes de combustível variadas. A Nike deseja levar inspiração e inovação a cada atleta no mundo todo. A GE deseja desenvolver, movimentar, capacitar e curar o mundo. Antes, o gerenciamento da infraestrutura era a base para essas missões. Agora, a nuvem estabelece essa base e segue a linha de que o CCMO de hoje deve manter o que ainda funciona de suas estruturas existentes baseadas em processos, mas sem medo de criar novas regras para conduzir modelos operacionais mais modernos e cada vez mais digitais.
Busque oportunidades para toda a organização
Seja qual for a sua etapa na jornada (ou em qualquer programa de gerenciamento de mudanças), eu sugiro urgentemente que você pense como seriam suas funções, suas responsabilidades e seus processos no mundo de amanhã que prioriza a nuvem. Isso requer um pouco de exploração e será diferente para cada organização. Operações, auditoria de TI e gestão financeira estão entre os tópicos sobre os quais eu converso frequentemente com executivos corporativos quando o assunto é mudar as regras.
Devo observar que esta lista não é de forma alguma completa — seria impossível tratar de cada ângulo e nuance aqui. Adoraria saber sobre alguns outros tópicos que vocês estão descobrindo e valorizo suas respostas!
Operações. No começo do ano, eu escrevi uma série de publicações para empresas que cogitam migrar para DevOps. Os elementos incluem várias alterações de regras a serem consideradas:
Foco na criação de um departamento de TI centrado no atendimento ao cliente que se esforce para entender as necessidades dos clientes (internos ou externos) e que continue aberto aos aspectos que envolvem a entrega de soluções.
Entretanto, o conceito “administre o que você criar” concentra-se exatamente no que ele sugere. Na minha experiência, essa prática deve ser uma das mudanças mais difíceis para as empresas implementarem, talvez porque esteja muito distante das estruturas baseadas em processos da TI tradicional. Há uma infinidade de bons motivos para adotar o conceito “administre o que você criar” e a alteração de regras inerente que o acompanha, mas ainda assim eu me deparo com alguma organização que não aproveita muitos dos benefícios proporcionados por essa mudança.
Por fim, ajuda saber o que você pode esperar quando fizer essas e outras mudanças operacionais. Lembre-se de manter a paciência — alterar regras que vigoraram por décadas ou mais não acontecerá da noite para o dia.
Processo de auditoria. Auditores são uma parte essencial de qualquer jornada da empresa. Neste momento, muitos executivos ainda associam o termo “função de auditoria” a ideias negativas e problemas porque acreditam que uma auditoria pode retardar seu progresso. Porém, essa não é uma maneira produtiva nem progressiva de olhar a situação, principalmente quando você está tentando estabelecer novas regras. As auditorias são amigas, não inimigas. Use-as para mostrar a todos que você está melhor com as novas regras que está criando e para receber comentários. Colabore com os auditores desde o início e explique o que você está tentando conquistar. Receba o feedback deles, tenho certeza de que ele vai aprimorar seu conceito e seus resultados.
Quando estava na Dow Jones, eu estava muito ansioso para explicar nosso plano de adoção do DevOps e do método “administre o que você criar” para os nossos auditores. Essa ansiedade nos deixou preparados, embora o estresse fosse um pouco descabido. Depois que demonstramos que os nossos controles foram substancialmente aprimorados graças às novas regras que estamos implantando em relação à automação, nossos auditores ficaram mais tranquilos com o nosso caminho futuro. Como mostramos desde o início que não tínhamos mais propriedade distribuída por equipes em silos que trabalhavam uma ao lado da outra, mas se comunicavam por tíquetes, e que a possibilidade de erros humanos era muito menor, pudemos estabelecer a confiança necessária com nossos auditores.
Essas mesmas táticas são válidas para tratar com suas equipes de segurança e jurídicas. Envolva-as desde o início e faça uma parceria com elas para garantir que as necessidades de todos sejam atendidas. Seja empático com as partes interessadas executivas e descubra meios de atender às necessidades delas com suas regras.
Gestão financeira. Quase em todos os casos, a mudança de grandes investimentos de capital inicial, em que a capacidade é incerta e geralmente sobrecomprada, para o modelo de pagamento conforme o uso (e somente pelo que você usa) melhora o fluxo de caixa. Dito isso, a administração das despesas variáveis pode transformar o modo como você costumava controlar suas finanças. Normalmente, é melhor trabalhar de perto com seu departamento de finanças para criar novas regras que permitam lucrar com as alavancas oferecidas pela nuvem e tirar máximo proveito de seu orçamento.
Na Dow Jones, nossas despesas com a nuvem aumentou mais lentamente do que a redução de nossos investimentos em infraestrutura. Talvez nós tenhamos feito muita coisa, mas eventualmente o crescimento da conta atraiu o interesse da equipe financeira que se tornou nossa parceira para otimização do orçamento.
Como nossos recursos se voltaram cada vez mais para o desenvolvimento de produtos, atingimos uma cadência produtiva mensal com nossos controladores em relação à previsão, compras de Instâncias Reservadas (RI – Instâncias reservadas) e capitalização de uma crescente porcentagem de nossos custos com mão de obra. Descobrimos que o melhor é escalonar as compras de RI ao longo de vários meses à medida que suas necessidades de computação evoluem, e que há muitos parceiros que podem ajudar na gestão financeira. Cloudability é um deles, e eles publicaram um excelente artigo sobre escalonamento de compras de RI. Esse artigo explica muito melhor esse processo do que eu poderia explicar aqui.
Como eu mencionei, essas são apenas algumas regras que valem a pena analisar durante sua jornada. Adoraria saber sobre algumas outras que você encontrar. Sejam quais forem, não tenha medo de criar novas regras.
Fonte: https://amzn.to/2jvygmX